Evolução dos Equinos
- Marina Pagliai F. da Luz
- 17 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
O registro fóssil evolutivo da espécie equina é um dos mais completos entre os grandes mamíferos.
A evolução pode ser entendida como alterações nos organismos (número de genes, mutações ou frequência dos alelos de um gene ou conjunto de genes) que ocorrem de forma não linear ao longo do tempo (gerações) para garantir a sobrevivência da espécie. Estímulos do ambiente promovem a adaptação por meio do processo de seleção natural. Segundo Darwin, é o que podemos chamar de descendência com modificações.
No caso da espécie equina, estamos falando de um processo evolutivo que data cerca de 65 milhões de anos. Ao longo desse período, os ancestrais do Equus passaram por modificações e adaptações, que serão descritas brevemente a seguir:
Hyracotherium ou Eohippus
Viveu na Era Cenozóica, no período terciário do Eoceno.
25 a 50 cm de altura.
Patas com quatro dedos suportados por uma almofada.
Dentes primitivos e pequenos (braquiodonte).
Habitat: pantanos e florestas
Alimentação: plantas herbáceas
Mesohippus e Miohippus
Viveu na Era Cenozóica, no período terciário do Oligoceno.
65 cm de altura.
Três dedos com dedo central proeminente
Focinhos e pernas mais delgadas
Desenvolvimento da dentição: pré-molares e incisivos
Habitat: pantanos e savanas
Alimentação: herbáceas, folhas e gramíneas
Merychippus
Viveu na Era Cenozóica, no período terciário do Mioceno.
1 m de altura.
Três dedos com apoio total no dedo central Fusão dos ossos da tíbia/fíbula e rádio/ulna.
Dentes grandes e de crescimento contínuo
Habitat: savanas e planícies
Alimentação: folhas e gramíneas
Período de intensas alterações climáticas, ambientais e geográ cas - resfriamento das temperaturas e formação das calotas polares. Extinção em massa de inúmeras espécies, inclusive a dos diferentes tipos de cavalos ancestrais.
Pliohippus e Dinohippus
Viveu na Era Cenozóica, no período terciário do Plioceno.
1,2 m de altura.
Fusão dos ossos dos membros inferiores: Ungulado. Coluna rígida
Dentição adaptada à maceração de alimentos fibrosos (hipsiodonte)
Habitat: savanas, planícies, florestas
Alimentação: gramíneas
Migração para outras regiões do mundo através do Estreito de Bering - calota polar que se formou entre a América do Norte e Antiga Eurásia. A partir desse deslocamento entre continentes, com ambientes distintos, o último remanescente do gênero Equus passou por novas pressões evolutivas, os quais desencadearam o processo de especiação.
Conhecer a história evolutiva dos equinos é essencial para compreendermos as suas características de animal predado, fugitivo. Apenas assim, seus comportamentos, necessidades e motivações se justificam. Mesmo hoje, o cavalo moderno possui características filogenéticas de seus ancestrais que tem o potencial de influenciar positivamente ou negativamente o seu bem-estar dentro do ambiente doméstico.
Assim como o biológo evolucionista Theodosius Dobzhansky afirmou em 1973:
"Nada faz sentido, a não ser sob a luz da evolução".
REFERÊNCIAS
FORREST, S. (2016). The age of the horse: An Equine Journey through human history.
GOODWIN, D.. Horse Behaviour: evolution, domestication and feralisation. Animal Welfare, [S.L.], p. 1-18, 2002. Springer Netherlands. http://dx.doi.org/10.1007/978-0-306-48215-1_1.
HUNT, Kathleen. Horse Evolution. 1995. Disponível em: http://www.talkorigins.org/faqs/horses/horse_evol.html#part2. Acesso em: 25 dez. 2022.
JONES, Katrina Elizabeth. New insights on equid locomotor evolution from the lumbar region of fossil horses. Proceedings Of The Royal Society B: Biological Sciences, [S.L.], v. 283, n. 1829, p. 20152947, 27 abr. 2016. The Royal Society. http://dx.doi.org/10.1098/rspb.2015.2947.


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