Sentidos dos Equinos - Parte 5: Sensação Cutânea
- Marina Pagliai F. da Luz
- 17 de fev. de 2024
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A epiderme e a derme são, respectivamente, as camadas mais superficiais e internas que compõe a pele. A epiderme do cavalo tem como espessura em torno de 0.05 mm e a derme em torno de 3.2 mm. Comparativamente a pele do ser humano, não existem diferenças significativas (Tong, Stewart, Johnson, Appleyard, Wilson, James, Johnson e McGreevy, 2020). Muitas pessoas justificam o abuso físico aos animais com a desculpa de que animais não sentem dor por possuírem uma pele mais grossa. No caso dos equinos, o abuso físico se encontra principalmente por meio do uso indiscriminado e abusivo de esporas e chicotes, causando injúrias na pele dos animais.
Os equinos têm sensibilidade ao toque de pressão de apenas 0,008 g (Lansade et al, 2008). O pouso de uma mosca no seu lombo ja é suficiente para que o animal realize fricções localizadas para se livrar do incômodo. Algumas regiões do corpo são mais sensíveis, tais como focinho, pescoço, cernelha, paleta, coroa do casco e quartela. Em particular, na região do focinho, se encontram as vibrissas, que são pelos mais prolongados. Em volta dos olhos, os cavalos também apresentam esses pelos mais prolongados. A principal função dos mesmos é auxiliar no processo de identificação sensorial. Como os cavalos tem pouca noção de profundidade e foco, são extremamente importantes para ajudar no reconhecimento de objetos, noção de profundidade de valetas, seleção de alimentos, entre outros.
A região do pescoço, cernelha e paleta são áreas usualmente utilizadas entre os cavalos para realizar o comportamento de grooming-mútuo; que é quando um cavalo coça o outro. Esse comportamento tem funções sociais importantes, tais como alívio da tensão social e criação de laços essenciais para a homeostase do grupo. Inclusive em interações interespecíficas (entre humanos e cavalos) o ato de mimetizar o grooming em áreas do corpo preferidas influencia positivamente o estado emocional do animal (Feh e Maziéres, 1992).

Figura: Comportamento de grooming e regiões preferidas do corpo
Fonte: Grooming at a preferred site reduces heart rate in horses. Feh e Maziéres (1993)
REFERÊNCIAS
FEH, Claudia. Grooming at a preferred site reduces heart rate in horses. Animal Behaviour, [s. l], v. 46, n. 1, p. 1191-1194, jan. 1993.
GOODWIN, Machteld; DIERENDONCK, Debby. Social contact in horses: implications for human-horse interactions. In: BOS, Francien de Jonge; Ruud van Den (ed.). THE HUMAN-ANIMAL RELATIONSHIP: forever and a day. Netherlands: Royal van Gorcum, 2005. p. 1-288.
GUEGUEN, Léa; LERCH, Noémie; GRANDGEORGE, Marine; HAUSBERGER, Martine. Testing individual variations of horses’ tactile reactivity: when, where, how?. The Science Of Nature, [S.L.], v. 109, n. 5, p. 327-345, 11 ago. 2022. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s00114-022-01811-y.


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